Intolerância religiosa na África causa destruição de templos cristãos, escolas e casas, além da morte de centenas de cristãos

    Ao redor do mundo, a intolerância religiosa faz com que grupos radicais sejam responsáveis por milhares de feridos e mortos. No dia 17 de janeiro, a perseguição aos cristãos resultou na destruição de dezenas de igrejas no Níger, um país de maioria islâmica.
    Pela contagem da Portas Abertas – baseada em nossos contatos locais –, pelo menos 72 igrejas foram destruídas, juntamente com sete escolas cristãs, várias lojas e até veículos – todos de propriedade de cristãos. Dezenas de casas de cristãos foram saqueadas e queimadas. A maioria dos que conseguiram fugir pôde levar apenas as roupas do corpo.
    A resposta da comunidade cristã é perdoar e esquecer, amar os muçulmanos de todo o coração, manter a fé e amar a Cristo como nunca antes.
    Inúmeras pessoas já morreram, vítimas da intolerância religiosa por parte de grupos radicais islâmicos. 
    Embora os cultos nas igrejas tenham sido cancelados, os saques generalizados a lares cristãos continuaram acontecendo e grande parte dos cristãos não se sente segura para voltar para casa.
    Muçulmanos fundamentalistas desencadearam o terror contra os cristãos também na Nigéria, associando os cristãos locais com a publicação do jornal francês Charlie Hebdo.
    Assim como em diversos países da região, o extremismo islâmico praticado por grupos como o Boko Haram e outras frentes do radicalismo religioso oprimem os cristãos diariamente. Notícias chegam de que pessoas morreram unicamente por causa de sua fé, e a maioria delas não é noticiada pela mídia, outras nem chegam ao conhecimento de quem está fora do país.
    Portas Abertas alertou que o futuro do cristianismo no Níger é preocupante, pois há um potencial crescimento da pressão e violência contra os cristãos, além de casos de grande repercussão, como a manifestação de muçulmanos no Níger e em outros países contra as charges do profeta Maomé publicadas pelo jornal francês Charlie Hebdo, resultando na violência extrema contra os cristãos, a hostilidade e pressão para implantação da Sharia (lei islâmica) em países por toda a África e o aumento do radicalismo islâmico na Nigéria e no Mali, contribuindo para o agravamento da situação religiosa no Níger.
    O Boko Haram é um grupo fundamentalista islâmico que se opõe à democracia, educação ocidental e à convivência pacífica entre mulçumanos e cristãos. Surgiu na década de 1990, em uma seita que atraiu a juventude com um discurso inflamável contra o dito corrupto do regime nigeriano. Seu fundador Mohammed Yusuf condenava os valores ocidentais instaurados pelos colonizadores britânicos e os acusavam de serem os responsáveis pelos males sofridos pelo nigerianos.
    Costuma matar qualquer um que critique seus ideais, incluindo policiais, políticos, clérigos, cristãos e de outras tradições mulçumanas. Atentados suicidas ou ataques a bombas são frequentes e coordenados pelo grupo, assim como ataques em escolas, universidades, igrejas e lugares suspeitos de colaborarem com o exército.